RAÍZES
Uma
questão que preocupa muita gente a respeito de árvores plantadas em espaço
urbano é a interferência das raízes em construções, piscinas, calçadas e
em tubulações enterradas, como de água, esgoto e energia.
Em
primeiro lugar devemos compreender que o habitat natural da árvore de grande
porte é a mata, portanto para adaptá-la às cidades é preciso escolher o local
correto e ter alguns cuidados.
Naturalmente,
árvores de maior porte terão raízes maiores e mais agressivas, e por aí começa
a seleção. Para tais árvores devem ser reservados locais em parques, jardins
ou canteiros centrais de avenidas e rotatórias, todos com espaço suficiente
para possibilitar o crescimento. Evitar plantá-las em locais onde causarão
problemas no futuro.
Outra
opção é plantar e depois aproveitar a árvore enquanto jovem (talvez uns 15
a 20 anos). Após este tempo, quando as raízes começarem a incomodar, substituí-la
por outra. Este tipo de remanejamento
é muito mais utilizado do que se pensa, especialmente em paisagismo
urbano.
Existem algumas formas de atenuar o problema, como plantar a muda dentro de um tubo de concreto enterrado, destes de esgoto, com aproximadamente 50cm de diâmetro interno. Isto obrigará as raízes a se aprofundarem mais, evitando, por exemplo, danos superficiais nas calçadas.
Outra explicação apresentada no programa da TV Cultura “Um pé de quê?”, é de que as raízes ficariam com tendência de subir à superfície apenas quando não existe uma área livre ao redor do tronco para penetração de água. Assim, se for deixado um espaço de terra livre ou grama de uns 2 metros quadrados em volta da muda ao ser plantada, a mesma não desenvolverá raízes agressivas.
Existem
ainda espécies que são especialmente agressivas por terem raízes muito
superficiais e de desenvolvimento exagerado, como os
ficus (gameleiras) e as
paineiras.
Uma
crença difundida de que a configuração das raízes acompanha a silhueta da árvore
como um espelho nem sempre é verdadeira, depende da espécie da árvore e do
tipo de solo. Algumas espécies têm raízes pivotantes e profundas, outras mais
abertas e superficiais.
Outra
questão se refere à poda de raízes, para abrir espaço para construções ou
para inibir seu crescimento e os problemas decorrentes. Também isto varia muito
de acordo com a espécie. Algumas suportam bem este tipo de poda, outras podem
ter a saúde comprometida e acabar morrendo. Além disto, normalmente as raízes
podadas são substituídas rapidamente por outras, reduzindo a eficiência desta
alternativa.
Para
estacionamentos existem outros fatores como a inconveniência de folhas muito
pequenas que acabam obstruindo dutos de ventilação dos carros, ou frutos
grandes que podem amassar a lataria.
Por
exemplo, a maior parte das leguminosas (Sibipiruna,
Pau ferro, Pau Brasil,
Cássias) não têm
raízes muito agressivas (enquanto jovens), nem frutos grandes, mas folhas
pequenas que caem com maior freqüência em determinada época do ano.
Já
algumas espécies, possuidoras de folhas maiores e mais permanentes, como a
Munguba, Cutieira,
Sapucaia ou Abricó de macaco,
tem frutos enormes, ou especialmente pesados e duros.
Existem
sites que tratam do assunto, normalmente de empresas de energia elétrica, que
convivem especialmente com este problema. Podem conter listas de aplicações
por local (por exemplo, estacionamentos, calçadas, etc.) Ver listagem no final.
Para
a escolha de espécies menos agressivas em um plantio novo, creio que a melhor
forma é pesquisar entre as árvores plantadas nas ruas da cidade e escolher a
que melhor agrade. Normalmente as espécies existentes, já pré-escolhidas para
paisagismo urbano, são aquelas que passaram por uma seleção prévia pelas
prefeituras, empresas de energia, etc.
Sites que contem textos ou listas de espécies sob esta ótica.
http://www.paisagismobrasil.com.br/?lnk=todos&f=dicas&area=dicas&uid=462&dir=1
http://revistacasaejardim.globo.com/Casaejardim/0,25928,EJE960008-2194-2,00.html
http://www.iesb.org.br/publicacoes/Agora%20Meio%20Ambiente%2010/simulacao.htm
http://www.ojardim.com.br/jardim_antigo/outono_2001/jardinagem_em_condominios.htm (Raizes invasivas de ficus)